terça-feira, 31 de dezembro de 2013
domingo, 29 de dezembro de 2013
Era sexta-feira e meu telefone tocou. Não era costume ver
aquele número na tela, então, atendi surpresa. Uma voz tranquila perguntava se
eu não queria vê-lo mais tarde mas, eu sabia que havia algo de errado. Eu tinha certeza.
Concordei sem hesitar. Em menos de 1h eu já estava pronta,
aguardando por ele. Ele, sempre pontual e lá estava ele, encostado em seu carro. Com um abraço quente e aconchegante, ele me acolheu em seus
braços, sussurrando um olá. Em retribuição, apenas prolonguei o abraço,
apertando-o mais. Ele me afastou e com seus olhos profundos e completamente
perdidos, ele sorriu. Ah, me perdi naquele minuto. Só eu sabia o quanto aquele
sorriso era marcante e o quanto aquilo era capaz de me mudar por dentro. Só eu
sabia o quanto aquilo era capaz de trazer o meu melhor à tona, mas ao mesmo
tempo, o quanto aquilo era capaz de me destruir também.
Não precisava de mais nada. Ele apenas se sentou na calçada
e deu espaço para que eu me sentasse ao lado. Tirou um de seus fones de ouvido
e me entregou o lado direito; No celular, ele procurava sua música favorita e
então, apenas ficamos ali, imóveis, vendo o movimento da rua, sentindo a leve
brisa batendo na copa das árvores. Não vi o tempo passar, e ele certamente
também não viu. O sol se pôs diante dos nossos olhos, e então, ele levantou-se.
“Está na hora de ir”. Eu não queria soltá-lo, não queria deixa-lo
ir. O destino era incerto. O meu, o dele e o nosso. Mas, eu apenas tive que
respirar fundo e deixa-lo partir mesmo querendo estar tão perto, tão junto, eu
tinha que deixa-lo ir e assim o fiz.
Eu o deixei ir.
- Maiara Viveiros.
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